quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Espelhe-se no Oriente e viva mais


Conheça os tratamentos da Medicina Tradicional Chinesa e os benefícios dessas terapias milenares
Em um artigo publicado na revista britânica Nature Clinical Practice of Rheumathology, o médico Ian KY Tsang, diretor da divisão de pesquisa de Medicina Tradicional Chinesa no Arthritis Research Centre of Canadá, afirmou que, dentre todas as disciplinas da Medicina Alternativa e Complementar (MAC), os tratamentos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) são os mais utilizados atualmente. 

O número crescente de pacientes que procuram tratamentos da MAC chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) que publicou um documento denominado Estratégia de Medicina Tradicional (2002-2005), a fim de garantir a criação de regulamentações e mecanismos legais que mantenham e promovam a prática adequada da Medicina Tradicional, ou seja, a MTC, o Ayurveda indiano, a medicina Unani Árabe e diversas formas de medicina indígena.

Segundo Alex Botsaris, clínico geral especializado em acupuntura e medicina chinesa, a MTC pode tratar qualquer patologia, mas obtém resultados mais significativos no tratamento de determinadas doenças. “A OMS fez uma lista com aproximadamente 25 condições clínicas nas quais a medicina chinesa já teria evidência científica suficiente para sua indicação, incluindo dores na coluna, dores de cabeça, alergias, asma, irregularidades menstruais, dispepsia, prisão de ventre, ansiedade, insônia, entre outras.”, afirma. 

Tratamentos

No Brasil, o tratamento mais conhecido e utilizado é a acupuntura. “Ela foi amplamente difundida no Ocidente devido ao seu poder analgésico”, explica Márcio de Luna, fisioterapeuta e acupunturista e presidente da regional do Rio de Janeiro da Associação Brasileira de Acupuntura e Professor do IBMTC - Instituto Brasileiro de Medicina Tradicional Chinesa.

Na MTC é possível também se tratar com fitoterapia (terapia com ervas), massagem (Tui Na), dietética, Qi Gong (exercícios respiratórios) e Lian Gong (ginástica terapêutica), que, assim como a acupuntura, são capazes de fazer o corpo atingir o equilíbrio orgânico. “Quando o indivíduo consegue recuperar o equilíbrio, o organismo encontra a saúde de forma natural sem precisar de intervenções”, diz Botsaris.

De Luna explica que a MTC é eficiente no tratamento de qualquer doença funcional, desde uma dor de cabeça a uma dor de barriga. No caso de doenças lesionais - como diabetes ou cirrose, em que há alteração na estrutura do corpo -, terminais ou na recuperação de seqüelas, os tratamentos da MTC não tem uma ação curativa, mas remediadora. “A visão da medicina chinesa é complementar a da medicina ocidental, e pode ser usada para melhorar seus resultados, como em casos de câncer.”, afirma Botsaris. 

Apesar de não alterar o curso de uma doença terminal, os tratamentos de MTC são capazes de diminuir as dores sentidas pelo doente. “O paciente passa a precisar de menos remédios e, deste modo, não sofre tanto com seus efeitos colaterais”, diz De Luna. 

Custo

Algumas pessoas deixam de fazer os tratamentos porque acham que são muito caros. Ambos médicos contestam esta afirmação e dizem que é apenas uma percepção da realidade, não uma verdade absoluta. Botsaris explica que, no Brasil, onde esses tratamentos ainda não são reembolsados pelos planos de saúde, em geral seus custos são significativos. Mas como a acupuntura já é reconhecida pelo Ministério da Saúde, muitos convênios médicos já incluíram esta categoria nos planos. “Desde que haja uma boa estrutura e o sistema de saúde tenha incorporado as técnicas, seu custo é inferior aos tratamentos da medicina convencional.”, completa Botsaris. 

De Luna, por outro lado, discorda de Botsaris. Ele diz que, na prática, os planos de sáude já pagam as sessões de acupultura, porém pagam pouco (cerca de 30 a 40 reais), demoram a pagar e restringem o número de sessões que cada paciente tem direito. Ele afirma ainda que não é o fato de haver pouca oferta de MTC no sistema público de saúde que o tratamento caro. "Só para exemplificar: há, no SUS, muitos poucos terapeutas ocupacionais e nem por isso a consulta com um T.O. fora do SUS é cara. Muito ao contrário, a consulta deles é bem barata comparada com as consultas de Acupuntura", explica. 

Segundo ele, no Rio de Janeiro, “é possível encontrar profissionais que cobram de R$15 a R$150 uma sessão de acupuntura”, por exemplo. Segundo Botsaris, de maneira geral, profissionais que cobram muito pouco por seus serviços possuem pouca experiência e não são muito qualificados. Na verdade, o que explica este preço salgado dos tratamentos “é a pequeníssima oferta de medicina chinesa na rede pública e a falta de reembolso pelos planos de saúde”.

Alimentação

Assim como a medicina ayurvédica, a medicina tradicional chinesa também privilegia uma alimentação à base de frutas, raízes, sementes, cereais integrais e temperos. “Gosto muito do efeito antioxidante do alecrim. Já o tomate e a soja protegem a próstata. Há uma recomendação da medicina chinesa que é muito interessante e acho pertinente: comer sempre alimentos que contenham as cinco cores e os cinco sabores. Então, vale a pena fazer uma alimentação diária diversificada, com vários sabores e cores juntos, afirma Dr. Alex. 

No seu livro O Doce Vôo da Juventude ele explica como cada alimento pode contribuir para uma vida mais saudável e longa e cita diversas plantas, ervas, tempero, legumes e frutas e seus benefícios, como, por exemplo, o ginseng, a ashwaganda, o rhodiola e o ginkgo biloba, que ajudam a controlar o cortisol sanguíneo e reduzem o estresse físico e mental.


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